sábado, 15 de junho de 2013

TELE SANTANA( PASSAR O MOUSE PRA LER)


TELE SANTANA


Telê Santana da Silva (Itabirito26 de julho de 1931 — Belo Horizonte21 de abril de 2006) foi um dos mais importantes treinadores e jogadores da história do futebol brasileiro. Após perder duas Copas do Mundo no comando daSeleção Brasileira, amargou por muito tempo a fama de "pé-frio". Mesmo assim, em pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, nos idos dos anos 1990, foi eleito por jornalistas, jogadores e ex-atletas o maior treinador da história da Seleção Brasileira de Futebol. A partir de 1990 até o início de 1996, comandou o São Paulo, conquistando duas vezes a Taça Libertadores da América e a Copa Intercontinental. É considerado o maior treinador são-paulino em todos os tempos e um dos ídolos do clube, sendo apelidado pela torcida com a alcunha de "Mestre Telê".
Como jogador, é ícone do Fluminense pela intensa dedicação que ofereceu ao seu clube do coração — que valeu-lhe o apelido "Fio de Esperança" —, onde também começou a sua vitoriosa carreira de treinador de futebol.
Até hoje é o técnico que mais dirigiu o Atlético Mineiro em jogos oficiais1 com 434 jogos.

Índice

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Biografia[editar]

Esteve à frente da Seleção Brasileira nas Copas de 1982 e 1986. Encerrou a carreira no São Paulo, depois de ter levado o time a suas maiores conquistas na primeira metade dos anos 1990. Como jogador não chegou à Seleção Brasileira por concorrer com jogadores como Julinho Botelho e Mané Garrincha, nos anos 1950 e 1960.
Começou no Itabirense Esporte Clube, cuja sede situava-se próximo a sua casa, e depois jogou no América de São João del-Rei de onde saiu para jogar no Fluminense.

Fluminense[editar]

Pelo Fluminense iniciou sua carreira sendo campeão de juvenis em 1949 e 1950 e promovido para os profissionais em 1951. A partir daí despontou seu melhor futebol e conseguiu suas maiores conquistas como atleta. Foi um dos primeiros pontas no futebol brasileiro a voltar para marcar no meio.2
A sua contratação pelo Fluminense se deu após fazer um teste contra o Bonsucesso e fazer cinco gols, referendada então pelo Diretor de Futebol do Fluminense daquela época, nada menos que outro ícone histórico deste clube, primeiro capitão e em 1930 o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, João Coelho Netto, o Preguinho.
Com a camisa do Fluminense jogou 557 partidas e marcou 165 gols,2 sendo o terceiro jogador que mais atuou pelo clube tricolor e seu terceiro maior artilheiro.
Conquistou como jogador os seguintes títulos, entre os mais importantes: Campeonato Carioca de 1951 e 1959Torneio Rio-São Paulode 1957 e 1960; e Copa Rio (Internacional) de 1952.

O Fio de Esperança[editar]

Quando Telê era jogador, tinha o apelido de "Fio de Esperança", que recebeu após um concurso entre os torcedores promovido pelo jornalista Mário Filho, então diretor do Jornal dos Sports.
O concurso tinha surgido como ideia do dirigente tricolor Benício Ferreira. Na época, Telê tinha os apelidos pejorativos de "Fiapo" e "Tarzan das Laranjeiras", em função de seu corpo franzino. O dirigente achava que o jogador merecia algo mais honroso e deu a ideia ao amigo Mário Filho, que criou o concurso com o tema "Dê um slogan para Telê Santana e ganhe 5 mil cruzeiros".
Ao seu final, mais de quatro mil sugestões tinham sido enviadas à redação do jornal. José Trajano conta que seu pai participou do concurso propondo o apelido "A Bola".[carece de fontes] Três leitores acabaram empatados no primeiro lugar na votação final, com as alcunhas "El todas", "Big Ben" e "Fio de Esperança". Foi a última que caiu no gosto dos torcedores tricolores.
Telê se transferiu do Fluminense para o Guarani por conta do presidente histórico do Bugre, o carioca Jaime Silva, ser torcedor do clube carioca e ter influenciado os dirigentes cariocas a permitirem a sua transferência para Campinas.3
Telê deu mais uma demonstração de amor ao Fluminense, quando já no final de sua carreira como jogador, atuando pelo Madureiramarcou o único gol de sua equipe na derrota por 5 a 1 para o Flu. Embora aquele gol não tenha influenciado no resultado, Telê chorou ao final da partida por ter feito um gol em seu clube do coração.

Treinador[editar]

Com uma visão particular de futebol, formada nos muitos anos de trabalho no Fluminense, em que não acreditava em "ganhar por ganhar" ou "ganhar a qualquer custo", era um intransigente defensor de um futebol diferenciado e disciplinador exigente, que exigia de seus comandados uma postura profissional dentro e fora dos campos. Foi este futebol que transformou Telê em "Mestre", no comando do time do São Paulo que conquistou vários títulos no início da década de 1990. Ganhou um total de onze títulos, incluindo um Campeonato Brasileiro, duas Libertadores da América e dois Campeonatos Mundiais.
Após encerrar a carreira como jogador, foi aproveitado como técnico e acabou marcando uma época de glórias e estigmas. Começou na categoria de juvenis (atual juniores) do Fluminense, sendo campeão carioca em 1968. Em 1969 foi promovido a técnico do time profissional, sendo campeão carioca e formando a base do time campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970.
No Fluminense, Telê também brigou pelos direitos de seus jogadores, que eram obrigados a entrar e sair do clube pela porta dos fundos. Depois de uma reunião à noite com dirigentes, pediu que abrissem a porta dos fundos para ele. Responderam que ele não era jogador e podia sair pela entrada social, mas Telê recusou-se e pulou o muro, porque não achou ninguém para abrir a porta dos fundos. "Eu disse que também fui jogador e que o aviso servia para mim também", contou, anos mais tarde.4
Curiosamente, o mesmo time do Fluminense disputou a final contra o Atlético Mineiro, na época dirigido por Telê, que seria campeão mineiro em 1970 e campeão brasileiro em 1971. Em 1973 passou pelo São Paulo, mas foi afastado ao entrar em conflito com os ídolosParaná e Toninho Guerreiro.
Em 1977, dirigiu o histórico time do Grêmio, levando-o a recuperar a hegemonia do Campeonato Gaúcho após oito anos de domínio doInternacional. Após ganhar fama de bom treinador de clubes, com mais uma passagem marcante, agora pelo Palmeiras, em 1979, quando fez um time sem estrelas realizar belos jogos, foi contratado para ser técnico da Seleção em fevereiro de 1980.
Como treinador da Seleção na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, encantou o mundo com um futebol bonito e envolvente, aclamado como o melhor da época. Reconhecendo que privilegiava a técnica, escalou uma esquadra com jogadores como ZicoSócrates eFalcão entre outros grandes jogadores. Nem assim sua seleção foi uma unanimidade, pois muitos — inclusive o humorista Jô Soares, que criou o bordão "Bota ponta, Telê!" — cobravam a presença de um ponta direita no time. "Eu me aborrecia um pouco com isso", contou Telê mais de vinte anos depois. "O time buscava ocupar o espaço ali na direita. Se eu tivesse um grande ponta, como o Garrincha, é lógico que ele iria jogar. Comigo sempre jogam os melhores."5 Mesmo assim, não conseguiu o almejado título, deixando o comando da Seleção.
Retornou para a Copa do Mundo de 1986, no México, como grande esperança brasileira de levantar a taça. Desta vez, buscando valorizar a experiência, montou um time não tão vibrante, com jogadores remanescentes de 1982, alguns já em fim de carreira. Criticado anteriormente por não exigir muita disciplina dos jogadores, voltou mais vigilante, o que resultou no corte da principal revelação do time, o ponta-direita do Grêmio Renato Gaúcho, quando este chegou tarde à concentração, fato que levou o melhor amigo do jogador, o lateral Leandro, a pedir para também sair da equipe. Perdeu a Copa invicto, em uma disputa de pênaltis contra a França. Telê então foi marcado com a pecha de "pé-frio" por parte da imprensa brasileira, reforçada até por uma capa da revista Placar no ano seguinte, quando o Atlético Mineiro treinado por ele foi eliminado nas semifinais da Copa União depois de passar invicto pela primeira fase.
Em maio de 1990, Telê assumiu o Palmeiras, na época da fase final do Campeonato Paulista. O Palmeiras foi eliminado, terminando em quarto lugar na classificação geral e em segundo no seu grupo da fase final, apenas um ponto atrás do Novorizontino, por conta de um empate sem gols com a Ferroviária no Palestra Itália. Por causa disso, a torcida fez um grande quebra-quebra na sala de troféus do clube. Telê se desligou do clube após uma derrota em casa para o Bahia por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o Palmeiras tinha apenas uma vitória no certame, contra o Internacional por 1 a 0.

São Paulo - A 'Era Telê'[editar]

Foi no São Paulo que ele acabou de vez com a fama de "pé-frio" e também foi onde viveu os melhores anos da sua carreira como treinador, conquistando muitos títulos pelo clube.
Chegou ao tricolor paulista em outubro de 1990 - para substituir o técnico até então Pablo Forlán. Encontrou um time que três meses antes tinha tido um desempenho pífio no Campeonato Paulista, com seu principal jogador - Raí, no banco.6
Com a personalidade de sempre, apostou no talento de Raí e também em novatos como Antônio CarlosCafuLeonardo e Elivelton. Levou o time que ocupava uma posição intermediária no Campeonato Brasileiro, até a final. Mas ficando com o vice-campeonato frente ao Corinthians, acabou servindo para mais uma vez trazer à tona a fama de "pé-frio".6
Em 1991, com o time entrosado, tendo Raí como o líder da equipe em campo e sob o comando de Telê - os jogadores ganharam confiança, evoluíram e conquistaram o Campeonato Brasileiro de 1991.5 Meses depois encontra o Corinthians na final do Paulistão, mas dessa vez é o São Paulo que saiu como campeão, pelo Campeonato Paulista - enterrando de vez a fama de azarado.2 Assim, passou a ser o único técnico brasileiro a ter conquistado os quatro principais campeonatos estaduais do país (São PauloRio de JaneiroMinas Gerais e Rio Grande do Sul).7
Foi campeão continental pela primeira vez na Copa Libertadores da América de 1992 - ao vencer o time argentino Newell's Old Boys, na disputa de pênaltis - realizada no Estádio do Morumbi. Santana armou o São Paulo em um esquema 4-2-2-2, de alta posse de bola, e que, comandado em campo por Raí, conquistaria o mundo.8
Em dezembro venceu o Palmeiras no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, viajou para o Japão - onde conquistou o título mundial de clubes de 1992, ao vencer o time do Barcelona de virada por 2 a 1 - com Stoichkov abrindo o placar para o Barcelona e com Raí empatando o jogo e também marcando o gol do título mundial. Voltou para o Brasil e venceu também o segundo jogo da final do Paulistão, conquistando o bicampeonato consecutivo do Campeonato Paulista. Antes de acabar o ano de 1992, Telê foi premiado como o "Melhor técnico da América do Sul de 1992".
O ano de 1993, foi o ano mais vitorioso da carreira como técnico - pois ganhou quatro títulos internacionais oficiais, todos eles no mesmo ano - e assim acabou conquistando uma Quádrupla Coroa Internacional - sendo até hoje o único técnico do mundo a atingir tal feito.
O primeiro título de 1993 foi a Copa Libertadores da América - vencendo o Universidad Católica por 5 a 3 no resultado agregado - pois empataram em número de pontos (uma vitória para cada lado). A segunda conquista, foi a Recopa Sul-Americana - vencida na disputa de pênaltis contra o Cruzeiro, após empatarem nos dois jogos. Faltando menos de um mês para o mundial, ainda foi campeão daSupercopa Libertadores - conquistada na disputa de pênaltis contra o Flamengo - após empatarem os dois jogos por 2 a 2.
Em dezembro Telê conquistou novamente o título mundial pelo tricolor — vencendo o Milan por 3 a 2. A conquista do título mundial, foi o quarto título internacional conquistado pelo São Paulo e também pelo técnico Telê Santana em 1993 - completando assim, uma inédita Quadrúpla Coroa Internacional — sendo conquistada por ser campeão de quatro competições internacionais oficiais, com todos os títulos sendo conquistados no mesmo ano.
A torcida são-paulina passou a chamá-lo de "Mestre".9 No período em que esteve no São Paulo, o técnico Telê preferiu morar no próprio Centro de Treinamento do clube.9
Após sofrer uma isquemia cerebral em janeiro de 1996, teve que abandonar o futebol e viu a sua saúde debilitar-se bastante, com problemas na fala e na locomoção, entre outros. Apesar de debilitado, acreditava que poderia voltar a trabalhar e, nos dias de mau humor, culpava a família por "impedi-lo".10 No começo de 1997, chegou a fechar contrato para ser o técnico do Palmeiras, mas seus problemas de saúde impediram que ele assumisse o cargo.11
No dia 21 de abril de 2006, depois de ficar por cerca de um mês internado devido a uma infecção intestinal, que desencadeou uma série de outras complicações, o "Mestre" Telê Santana faleceu em Belo Horizonte.

Títulos[editar]

Jogador[editar]

Fluminense[editar]

Treinador[editar]

Fluminense[editar]

Atlético Mineiro[editar]

Grêmio[editar]

Al Ahly[editar]

  • Campeão Árabe: 1983
  • Copa do Rei Árabe: 1984
  • Copa do Golfo: 1985

Flamengo[editar]

São Paulo[editar]

Prêmios[editar]

  • Ganhou o Prêmio Belfort Duarte, que homenageava o jogador de futebol profissional que passasse dez anos sem sofrer uma explusão, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Referências

  1.  Site oficial do Clube Atlético Mineiro. Clube Atlético Mineiro - Recordistas . Página visitada em 02 de agosto de 2012.
  2. ↑ a b c Enciclopédia do Futebol Brasileiro Lance!, Areté Editorial, 2001, pág. 356
  3.  Jornal LANCE: Um dos presidentes mais respeitados do Bugre era tricolor 
  4.  "Ainda brilha o fio de esperança", Luís Augusto Símon, Jornal da Tarde, 8/9/2003, Edição de Esportes, pág. 25
  5. ↑ a b "Ainda brilha o fio de esperança", Luís Augusto Símon, Jornal da Tarde, 8/9/2003, Edição de Esportes, pág. 23
  6. ↑ a b Alexandre da Costa, Almanaque do São Paulo Placar, Editora Abril, 2005, pág. 457
  7.  Enciclopédia do Futebol Brasileiro Lance!, Areté Editorial, 2001, pág. 357
  8.  http://globoesporte.globo.com/platb/olhotatico/2010/12/10/muricy-ramalho-mais-rubens-minelli-que-tele-santana/ 
  9. ↑ a b Sãopaulofc.net (26 de julho de 2011). 26 de julho de 1931: o nascimento de um grande ídolo . Página visitada em 28 de julho de 2011.
  10.  "Ainda brilha o fio de esperança", Luís Augusto Símon, Jornal da Tarde, 8/9/2003, Edição de Esportes, pág. 22
  11.  Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti, Almanaque do Palmeiras Placar, Editora Abril, 2004, pág. 534

Ligações externas[editar]

Wikiquote
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Bibliografia[editar]

  • RIBEIRO, André. Fio de Esperança - Biografia de Telê Santana. São Paulo: Gryphus Editora, 2000.
  • MALULY, Luciano Victor Barros. O Futebol-arte de Telê Santana no Jornalismo Esportivo de Armando Nogueira. (Dissertação de Mestrado) São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 1998.

Documentário sobre Telê Santana[editar]

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