sexta-feira, 21 de junho de 2013

Morte de padre em voo de balões completa um ano







Morte de padre em voo de balões completa um ano

Pastoral Rodoviária criada pelo padre Adelir passa por dificuldades.
Sede da instituição, que está sem luz e telefone, foi saqueada na Páscoa.
Glauco AraújoDo G1, em São Paulo
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Padre morreu após decolar com balões de gás coloridos no Paraná (Foto: Divulgação/Pastoral Rodoviária)

O voo do padre Adelir de Carli, feito com balões de gás coloridos, em 20 de abril de 2008, em Paranaguá (PR), terminou com o desaparecimento e a morte do religioso. Durante meses, ele foi considerado desaparecido e várias frentes de buscas foram realizadas até a localização do corpo em Macaé, no Rio de Janeiro, em 29 de julho do ano passado.

Adelir de Carli ficou conhecido pelas aventuras aéreas e pelo trabalho à frente da Pastoral Rodoviária. Ele foi ordenado padre em agosto de 2003, e em meados de 2004 assumiu a Paróquia de São Cristóvão, quando criou o projeto de evangelização de caminhoneiros que trafegavam pela BR-277, no Paraná.

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Padre Adelir de Carli criou área de apoio para motoristas de caminhões no Paraná (Foto: Divulgação/Pastoral Rodoviária)

Uma missa será celebrada no terreno da sede da Pastoral, em memória do religioso, às 19h30 desta segunda-feira (20). O culto será comandado pelo padre Carlimar Gonçalves de Holanda, que assumiu a Paróquia São Cristóvão após a morte de padre Adelir.

Em homenagem ao religioso, que gostava de voar com balões, os fiéis chegaram a cogitar a soltura de balões após a missa, mas descartaram a possibilidade a pedidos de outros fiéis. "Desistimos por causa das pessoas de mais idade que vivem na comunidade. Eles não podem ver balões de festa que lembram do padre e começam a chorar. Essa missa será um evento de alegria", disse Denise Gallas, 45 anos, ex-tesoureira da Pastoral Rodoviária. 
      
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Padre Adelir de Carli benzendo caminhão no Paraná  (Foto: Divulgação/Pastoral Rodoviária)

Invasão na Páscoa
Segundo ela, a sede da pastoral está com a luz e o telefone cortado por conta de dificuldades financeiras. "Desde que o padre (Adelir) desapareceu e morreu, ficamos muito abalados e o trabalho na pastoral ficou comprometido, pois era ele que comandava tudo, procurava apoio e conseguia as benfeitorias."

Denise lembrou ainda que a sede foi saqueada neste domingo (12), durante a Páscoa. "Entraram e levaram todo o material de construção que estava separado para a construção da Igreja Matriz, entraram no refeitório e roubaram um freezer, os pratos, panelas e os talheres."
   

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Obra paralisada
"Estamos construindo mais de 100 quartos para que os motoristas de caminhão e suas famílias possam descansar durante as viagens. É uma maneira de prevenir acidentes, o uso de drogas e do álcool e também para integrar as famílias", disse Denise, que é  ex-tesoureira da pastoral. 

Foram foram investidos, enquanto padre Adelir estava vivo, cerca de R$ 800 mil no projeto, que fica em um terreno de 62 mil m², ao lado do pátio de triagem do Porto de Paranaguá. Padre Adelir de Carli fazia os vôos de balão justamente para divulgar o projeto da Pastoral Rodoviária.
De acordo com dom João Alves dos Santos, bispo da Diocese de Paranaguá, uma nova comissão deve assumir a pastoral até o fim deste mês. "O local funcionou de forma modesta durante este período, mas tudo deve voltar ao normal em breve."
               
O voo com balões
Padre Adelir de Carli tentava bater um recorde voando pendurado em balões de festa. Ele pretendia ficar 20 horas no céu. No entanto, o mau tempo o teria levado em direção ao mar, causado a queda dos balões perto de São Francisco do Sul (SC).

Pouco antes da queda, equipes de resgate fizeram contato, via celular, com Adelir, que chegou a ficar a mais de 50 quilômetros da costa catarinese.
                      

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