Em combate
Adotado para o serviço em momentos em que tinha lugar um intenso debate, a raiz do sucesso obtido pelo fuzil prusiano Dreyse na Batalha de Sadowa (3 de julho de 1866), no ano seguinte o Chassepot foi empregado em combate pela primeira vez, na batalha de Mentana. As tropas francesas equipadas com Chassepots derrotaram as forças dirigidas por Giuseppe Garibaldi devido ao maior alcance e velocidade de disparo de seus fuzis, com respeito às obsoletas armas de antecarga dos garibaldinos. O relatório enviado ao Parlamento francês mencionava que "Lhes Chassepots ont fait merveille!", em uma tradução livre: "os Chassepots fizeram maravilhas!". A verdade era que as pesadas balas cilíndricas de chumbo disparadas a grande velocidade pelo fuzil Chassepot produziam feridas bem mais graves do que as produzidas pelo fuzil Minié.
O fuzil foi utilizado pelo exército francês pouco depois de terminada a segunda intervenção francesa no México (1862-1867) e durante a Guerra Franco-Prusiana (1870-1871), bem como em diversos conflitos coloniais contemporâneos.
Na Guerra Franco-Prusiana, o Chassepot demonstrou ser superior ao fuzil alemão Dreyse ao dobrar o alcance deste último. Apesar de ser de um calibre inferior (11 mm diante de 15,4 mm do fuzil alemão), o cartucho do Chassepot tinha maior quantidade de pólvora e, portanto, maior velocidade inicial (33% superior à do Dreyse), obtendo uma trajetória mais estável e um maior alcance (próximo aos 1.300 metros). Graças ao comprimento do cano, conseguia uma precisão e penetração superiores. Os Chassepots foram responsáveis pela maior parte das baixas prusianas durante este conflito.
Atirador francês armado com fuzil Chassepot durante a Guerra Franco-Prussiana
O fuzil Chassepot foi substituído no Exército Francês, a partir de 1874, pelo fuzil Gras, que empregava um cartucho metálico. Muitos dos Chassepots foram modificados para usar este cartucho (Fuzil modelo 1866/74). Também foi usado pelo Exército peruano e o pelo Exército boliviano na Guerra do Pacífico (1879-1884).
No Brasil
O Brasil chegou a estudar a sua adoção para a guerra do Paraguai, sendo ela uma das armas que passaram pelos testes competitivos que foram feitos a partir de 1868. Não foi a escolhida, contudo, a Roberts sendo adotada para testes em grande escala.
Apesar disso, em 1872, o Império se viu frente à uma nova ameaça de guerra no Sul, em torno das excessivas reivindicações territoriais feitas pela Argentina após a derrota do Paraguai (ela pedia cerca de 50% do território do inimigo derrotado, o que não era aceitável para o Império).
Como uma forma de enfrentar a ameaça de conflito, o ministro da Guerra informou no relatório daquele ano, que o governo tinha adquirido 8.631 "espingardas Chassepot, que foram compradas por motivos que não são desconhecidos, e porque era a única espécie de arma moderna de que havia provisão nos mercados da Europa".
Essas armas, entretanto, nunca foram distribuídas oficialmente ao Exército, apesar da Comissão de Melhoramentos ter preparado e mandado publicar uma edição de 3.000 exemplares de um manual dela. Não havia razões de repassá-las para a tropa, quando já havia a decisão de compra das Comblain.
Características
Peso - 4,63 kg
Comprimento - 1,30 m (sem baioneta); 1,88 m (com baioneta)
Munição - Cartucho de papel 11 mm Chassepot
Calibre - 11 mm
Funcionamento - Repetição
Alcance útil - 1.200 a 1.300 m
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