Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda
A Idade Média está cercada de lendas e mitos que fascinam milhões de pessoas até os dias de hoje. Estas lendas na época faziam parte da tradição oral de diversos povos e com o tempo iam agregando outros elementos e personagens, sempre em forma de contos, cantos ou trovas.
E de todas as lendas medievais, talvez a que mais desperte curiosidade e admiração em um número considerável de pessoas é a do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.
O grande problema em falar sobre o rei Arthur é justamente saber o que é lenda ou verdade, pois até hoje nenhum historiador conseguiu provar a existência de um Arthur rei na Inglaterra.
Ao longo dos séculos diversos escritores romancearam a lenda, principalmente por causa da época e do local: Arthur teria vivido na Bretanha entre os séculos VI e VIII, quando tem-se também o início dos registros dos romances cavalheirescos, ou “romances de cavalaria”, que vão se consolidar por toda a Europa Medieval lá pelos séculos X e XI.
Segundo uma das lendas, Arthur seria filho de Uther Pendragon, rei da Bretanha, com a duquesa Igrayne da Cornuália, que foi enganada pelo mágico Merlin, que a fez acreditar que Pendragon era seu marido, Gorlois.
O próprio Merlin entregou a criança para Sir Ector cuidar e educar, garantindo que o garoto cresceria habituado à cavalaria.
Arthur cresceu e se transformou em um habilidoso e destemido cavaleiro, e quando seu verdadeiro pai faleceu – Arthur tinha então 15 ou 16 anos – Merlin contou-lhe quem realmente era, já que ele conseguiu retirar a lendária espada Excalibur da pedra onde “apenas o verdadeiro rei da Bretanha conseguiria retirá-la”. O resto é aventura, ladeado pelos leais Cavaleiros da Távola Redonda!
Mas tirando a “lenda”, existiu um Arthur Histórico?
Não adianta reclamar: Arthur, à visão da História, até hoje nunca existiu, pois como eu disse acima, não temos um prova concreta da existência do rei Arthur.
O que temos é uma coleção de contos e lendas. A única referência que temos de Arthur em um livro que poderia ser considerado pelos historiadores foi escrita por Geoffrey de Monmouth no livro “Historia Regum Britanniae” – ou “História dos Reis Britânicos” – mas o próprio livro carece de fontes confiáveis, já que a escrita de Monmouth traz muitos elementos e acontecimentos que já existiam na tradição oral bem antes da publicação.
No livro, o autor cita que Arthur liderou a resistência britânica contra os saxões que invadiram a Inglaterra, o que se tornou meio que um “ponto de partida” para os contos arthurianos. Realmente houve uma invasão dos saxões na época, o que causa uma certa confusão, já que Arthur teria vivido ainda no fim da ocupação romana na Bretanha.
Ou seja, as invasões eram comuns na época e não foram apenas os saxões que invadiram ou tentaram invadir a Bretanha, já que os romanos estavam deixando a região mas os cavaleiros e soldados a seus serviços ainda ficavam guardando os limites da Muralha de Adriano. Havia, portanto, um certo “vácuo de poder” que poderia receber – e recebeu – as mais diversas especulações e narrativas heróicas. Normal para a ocasião.
Já o Santo Graal e toda a lenda que o cerca foi introduzido no conto arthuriano pelo trovador francês Chrétien de Troyes, já no século XII, e é em cima da busca pelo cálice que Jesus teria usado na Santa Ceia que, na minha opinião, os melhores contos de Arthur são revelados. Como o próprio artefato é cercado de mistério, os contos ficam mais interessantes. Isto sem contar o reino de Avalon, o já citado mago Merlin e as outras diversas personagens que cercam as lendas do rei Arthur.
Falar do lendário rei bretão sem escrever um testamento é complicado, pois existem diversas versões da estória. Mas o fato é: assim como o Jesus Histórico e o general Sun Tzu, o rei Arthur também é motivo de pesquisas históricas. Um dia, quem sabe, nós provamos sua existência!
Antes de acabar o texto, uma dica: aquela távola redonda ali em cima é bonita demais! Ela está em um salão de um castelo em Winchester, e você pode clicar aqui para ver a imagem BEM MAIOR, ok?
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