A Raposa do Deserto/Erwin Rommel
Seu pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme de Fahnenjunker, entrando no seu regimento no dia 19 de Julho de 1910, aos 18 anos de idade, no 124º Regimento de Infantaria de Württemberg de onde foi enviado para a Escola Real de Oficiais Cadetes de Danzig, terminando o seu treinamento no mês de Novembro de 1911.
Rommel nunca foi acusado de crimes de guerras, tortura ou maus-tratos. Cortava a água de suas tropas no deserto, mas nunca deixava seus prisioneiros morrer de fome ou sede. Segundo relatos de seus soldados, costumava ser calmo, dispensando grosserias no trato de seus subalternos, e passando todas as ordens de forma detalhada, evitando enganos. Nunca foi acusado de crimes de guerra, ou de atos Nazistas.
Erwin Rommel, nasceu em 15 de novembro 1891 na cidade de Heidenheim. Filho do professor universitário Erwin Rommel e de Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. Desde a infância mostrou interesse e gosto por aviões e planadores, sendo que aos 14 anos, juntamente com amigo constrói um planador em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército Württemberg.
De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete.
Na Primeira Guerra Mundial, Rommel ganhou a maior condecoração a oficiais concedida pelo governo germânico. Cerca de 9 mil soldados inimigos e 80 canhões caíram em suas mãos naquele conflito, ao vencer no norte daItáliaa Batalha do Carporetto.
Em 1929, lança seu primeiro livro, “Ataques de Infantaria”, no qual compilou partes de suas ideias e técnicas. A obra foi lida por Hitler e mais de 400 mil alemães, aumentando ainda mais a popularidade do já conhecido e renomado herói de guerra.
Porém, seu nome se tornou histórico, e lembrado no mundo inteiro, durante a Segunda Guerra. Sob o comando da 7ª Divisão Panzer, foi um dos primeiros a atravessar a Linha Maginot na França, antes nas mãos dos britânicos e franceses, em 1940. Durante a invasão da FrançaRommel conseguiu – juntamente com a técnica da blitzkrieg (guerra-relâmpago) – atingir a inigualável marca de deslocamento de 240km em um único dia – este feito rendeu a ele e seus homens a fama de “Divisão Fantasma”.
Em fevereiro de 1941, sob ordem do chefe do Estado-Maior do Reich, Walter von Brauchitsch, nascia – futuramente reconhecido como um grupo lendário – os Afrikakorps. A missão deste grupo era ajudar os italianos que estavam sofrendo no norte da África. Com falta de munição, poucas e defasadas armas, o exercito italiano estava em grande dificuldade. Rommel vendo que sua situação estava complicada, visto o armamento a sua disposição, resolve utilizar a imaginação, pede a seus mecânicos que recolham os carros Fiat abandonados, e que improvisem canhões de madeira, e que deixei-os com aparência semelhante a seus tanques. Batizados dePappedivision, os veículos começam a ser “montados” e engrossam as filas dos Panzer verdadeiros, formando frentes que se estendiam por até 1,5 quilômetros. O plano funciona, os inimigos vendo o tamanho da linha, e imaginando que se tratavam de veículos verdadeiros resolvem recuar, assim Rommel reconquista a Cirenaica rápido e implacavelmente.
Rommel costumava “jogar” muito no erro do inimigo, segundo relatos do mesmo, ele considerava que um dos maiores problemas com as forças aliadas, além das excessivas técnicas de dispersão, era o fator de as ordens serem dadas de forma muito burocrática, onde, os subalternos muitas vezes não podiam realizar decisões, fazendo com que a sua maleabilidade fosse praticamente nula. Rommel mencionava ainda, que estes fatores eram de extrema importância, em um ambiente tão complicado como o deserto, onde qualquer mudança de vento poderia definir o vencedor de uma batalha. Várias vezes a falta de obstáculos deixou o caminho livre para ele, que pode aplicar as práticas de guerra entre os tanques, muitas inovadoras, que devido a sua maestria acabaram deixando muitas vezes o inimigo sem reação.
Devido a ações como essas, principalmente na África, é que seu nome ficou conhecido entre as tropas inimigas como “Raposa do Deserto”. E frases como “O senhor é muito rápido para nós” – dita por um general francês logo após se render – ficaram tão marcadas e se transformam praticamente na reputação do estrategista alemão.
Todavia, o que tenha talvez transformado Rommel em uma lenda, não seja somente a sua destreza como estrategista, mas as suas opiniões e seu modo de agir. Apesar de ser amplamente reconhecido dento da Alemanha, Rommel nunca se deu muito bem com Hitler – apesar de o respeitar – e com o marechal Hermann Goering - principal desafeto de Rommel – sendo que nunca se considerou um Nazista. A situação entre esse trio, se tornou mais complicada, quando em 1943, Hitler joga as forças dos Afrikakorps em segundo plano. Os recursos de Rommel foram ficando cada vez mais escassos, junto com a sua paciência. Rommel deixava claro, que caso a situação continuasse assim, ele seria obrigado a recuar, o que acabou aumentando as tensões entre ele e Hitler/Goering, que julgavam como inconcebível um general descartar a vitória.
Em 1943, após Rommel se retirar para a Tunísia, a contragosto de Hitler, o mesmo resolve deslocar Rommel de região. Ficando a seu cargo agora cuidar das defesas que restavam na Dinamarca, França, Bélgica e países baixos.
Em 1944 é enviado para cuidar da Muralha do Atlântico – região que os alemães acreditavam ser forte o suficiente para segurar as tropas aliadas. Lá Rommel instala dezenas de Bunkers, e instala mais de 6 mil minas terrestres. Apesar de fazer tudo isso, ele sempre imagino que o ataque viria pela Normandia. Fato que se confirmou em 6 de julho de 1944, o Dia-D.
Em outubro de 1944, após o carro de Rommel ser atingido por um morteiro, o mesmo retorna para a sua casa, em Herrlingen, com graves ferimentos. Ali passou seus últimos dias desiludido pela guerra, e pela teimosia de Hitler, ainda mais em relação e como tratava seus soldados. Sua casa era constantemente vigiada pela Gestapo, que suspeitava da participação de Rommel em um atentado que Hitler tinha sofrido alguns dias antes.
Na manhã do dia 14, vestindo suas fardas cáqui dos Afrikakorps, ele morreu depois de ingerir veneno. Era a solução oferecida por Hitler em reconhecimento do seu trabalho desempenhado com os Afrikakorps, sendo que caso não aceitasse este fim, ele e sua família seriam acusados de alta traição.Rommel nunca foi acusado de crimes de guerras, tortura ou maus-tratos. Cortava a água de suas tropas no deserto, mas nunca deixava seus prisioneiros morrer de fome ou sede. Segundo relatos de seus soldados, costumava ser calmo, dispensando grosserias no trato de seus subalternos, e passando todas as ordens de forma detalhada, evitando enganos. Nunca foi acusado de crimes de guerra, ou de atos Nazistas.
Alguns trechos de cartas de Erwin Rommel:
Se retirássemos um divisão, Hitler ordenava-nos que a colocássemos no mesmo lugar. Quando ordenávamos resistência até o último cartucho, Hitler mudava para a resistência até a última gota de sangue. Era esse o auxilio que recebíamos.Sobre Hitler, no final da guerra.
Rara vezes a guerra trouxe vantagens aos povos que dela participaram. Mas em geral, ninguém pede a opinião do povo.Sobre a Segunda Guerra.
As dificuldades sofridas pelo Afrikakorps no deserto do norte da África em nada pareciam afetá-los em nada. Vangloriavam-se, raspando a lisonja que fora acumulada sobre si pelos imbecis da sua própria corte, falando apenas de joias e quadros. Noutra altura, seu comportamento poderia ser talvez divertido. Mas agora era de perder a paciência.Sobre Hermann Goering.
Observações
Senão me falha a memória, na série da Band of Brothers da HBO e BBC, em um dos últimos capítulos, um dos soldados da Easy Company invade uma casa alemã em busca de bebida, e ao verificar e perambular por dentro da casa, encontra a foto de um oficial alemão… a foto em questão muito se parece com a primeira foto do post. Tanto, que após ver a foto, aparentemente o soldado se retira da casa, em respeito a situação e ao oficial que ali vivia. Nesta cena também, ele encontra a esposa, que estava cuidando da casa, e se retira sem maiores problemas.
Referências
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