Filha de Lorena, onde está situada a vila de Domrémy-la-Pucelle, na França, a valente e inspirada Jeanne d’Arc, mais conhecida como Joana d’Arc, nasceu no dia 6 de janeiro de 1412. Esta jovem destemida trilhou uma árdua jornada para propiciar a libertação da França e a coroação do delfim Carlos.
Criada em uma família camponesa, Joana conheceu a pobreza e as limitações da condição feminina, que só lhe permitia a perspectiva de um bom casamento. Sua infância foi marcada pelo trabalho junto aos pais lavradores; cuidava do rebanho no Vale do Mosa e tecia a lã ao lado da mãe.
Além disso, estava sempre pronta para socorrer os necessitados. Seu conhecimento era o das realidades espirituais, pois da esfera intelectual ela nada sabia, uma vez que era analfabeta. Não deixava, portanto, de discorrer brilhantemente diante de seus acusadores.
Joana sempre foi muito religiosa, cultivando uma devoção especial por São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, dos quais passaria a ouvir suas vozes, a partir dos 13 anos. Estas entidades espirituais lhe recomendavam particularmente a manutenção da virgindade, para preservar a pureza de espírito que lhe seria necessária posteriormente, no combate aos ingleses.
No século XV, que testemunhou a passagem de Joana d’Arc pela Terra, a guerra entre a França e a Inglaterra já durava cem anos, atingindo duramente o povo francês e o próprio povoado da donzela de Orléans, como também era conhecida a virgem. O herdeiro do trono se perdia em dúvidas quanto à legitimidade de sua reivindicação do trono, pois suspeitava que fosse um bastardo, e as tentações e seduções materiais que o envolviam, prendendo-o a uma teia incessante de ilusões.
Orléans é a última arena de resistência no território francês. Política e economicamente a França enfrenta a eminente derrocada. A Igreja, por sua vez, se alia aos ingleses para fortalecer seu poder. É quando Joana é orientada pelas vozes que a guiam, nas quais ela crê sem hesitar, a deixar sua família, seus amigos, e seguir para Vaucouleurs, aos 16 anos, deixando para trás os familiares que tanto ama. Nesta região ela consegue, a muito custo, captar a confiança do líder local, o comandante Roberto de Baudricourt, do qual recebe uma pequena escolta.
A virgem segue para Chinon, onde encontra finalmente o delfim, a quem convence de suas intenções verdadeiras. Joana é interrogada, investigada, submetida a exames íntimos pelas matronas locais, mas enfim obtém a permissão de Carlos para lutar em Orléans. A França conquista seu primeiro triunfo em maio de 1429, restando a Joana propiciar a coroação do delfim, o que ocorre em julho de 1429, na Catedral de Notre-Dame de Reims. A inquieta Joana, porém, continua a seguir a orientação de suas vozes e, assim, vai para Paris, mas infelizmente fracassa, é presa, trancada na Fortaleza de Beaulieu, e depois conduzida para o Castelo de Beaurevoir.
Os borguinhões, aliados da Inglaterra, negociam a virgem guerreira com os ingleses, obtendo em troca 10 mil libras. Ela é então julgada neste reino, em 1430, sob a acusação de bruxaria, heresia, entre outros crimes de natureza religiosa. Presa durante seis meses, ao longo dos quais foi exaustivamente interrogada, ela foi queimada na fogueira da Inquisição, quando tinha ainda 19 anos.
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