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26/04/2012 - 15:24
NO DIA DO GOLEIRO, RELEMBRE A CARREIRA DE BARBOSA
Arqueiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950 ficou estigmatizado por derrota na decisão contra os uruguaios
CBF
Outro apontado como "responsável" foi o lateral Bigode, por ter, supostamente, levado um tapa na cara do capitão uruguaio, o zagueiro Obdulio Varela, sem revidar. "Fui criticado por não ter revidado ao tapa que nunca aconteceu", disse Bigode, muitos anos depois assistindo a um jogo no Maracanã.
Barbosa sofreu muito mais do que Bigode. Ele morreu magoado por uma verdadeira campanha, fatos que não existiram, mas acabaram entrando para o folclore do futebol, como histórias mal contadas que ficam para sempre.
"Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera."
(Armando Nogueira)
O curioso é que a campanha contra Barbosa começou muitos anos depois da Copa do Mundo de 1950, muito depois que ele encerrou a carreira, em 1962, no Rio de Janeiro. Ele continuou jogando normalmente depois daquele fatídico Brasil x Uruguai, inclusive tendo sido convocado para a Seleção Brasileira para o Sul-Americano de 1953, no Peru, quando disputou uma partida, no dia 12 de março de 1953, na vitória de 2 a 0 sobre o Equador. A Seleção Brasileira atuou com: Barbosa, Djalma Santos, Pinheiro, Ely, Alfredo e Brandãozinho; Cláudio, Didi, Baltazar, Ademir Menezes e Rodrigues.
CBF
Como uma ironia, partiu de um uruguaio a maior defesa que Barbosa teve sobre o episódio. Logo dele, Alcides Ghigghia, o ponta uruguaio, o herói do título do Maracanã, autor do segundo gol que provocou todo o calvário de Moacir Barbosa. Em matéria publicada no jornal O Globo, em entrevista concedida em um hotel do Rio de Janeiro ao repórter Luiz Augusto Nunes, no dia 19 de setembro de 1993, dia em que o Brasil derrotou o Uruguai por 2 a 0 e se classificou para a Copa do Mundo de 1994 - depois ele seguiria para o Maracanã para assistir à partida - Ghigghia mostrou toda a admiração e o respeito que tinha pelos seus adversários em uma das suas declarações.
"Vocês brasileiros têm de deixar em paz os jogadores da Seleção de 50. Vocês não têm ideia de como jogavam aqueles caras, aquele Brasil x Uruguai não foi o único em que os enfrentei. Eles jogavam demais e nos venceram várias vezes, antes e depois daquela final. Parem de culpá-los pela perda do título, eles não merecem".
Posição: Goleiro.
Nascimento: 27/03/1921 - Campinas (SP).
Falecimento: 07/04/2000 - Santos (SP).
Pela Seleção Brasileira: 22 jogos, 16 vitórias, 2 empates, 4 derrotas.
Gols sofridos: 27 gols.
Copa do Mundo: 1950.
Jogos em Copa do Mundo: 6 jogos , 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota.
Gols sofridos em Copas: 6 gols.
Títulos: Copa Rocca (1945), Copa América (1949), Copa Rio Branco (1947, 1950).
Clubes: Associação Desportiva Comércio e Indústria (SP) (1940 a 1941); Ypiranga (SP) (1942 a 1944); Vasco da Gama (RJ) (1945 a 1955); Santa Cruz (PE) (1955 a 1956); Bonsucesso (RJ) (1957); Vasco da Gama (RJ) (1957 a 1960); Campo Grande (RJ) (1962).
Outros Títulos: Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948); Torneio Rio-São Paulo (1958); Campeonato Carioca (1945, 1947, 1949, 1950, 1952, 1958); Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro (1953); Torneio Internacional do Chile (1953).
Fonte: CBF
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