Leônidas da Silva, o Diamante Negro, (Rio de Janeiro, 6 de setembro de1913 — Cotia, 24 de janeiro de 2004) foi um futebolista brasileiro, considerado um dos mais importantes da primeira metade do século XX. Tetracampeão carioca pelo Botafogo, em 1935, primeiro campeonato oficial, no regime profissional, e pentacampeão paulista pelo São Paulo. Leônidas recebeu o crédito por ter inventado o célebre gol de bicicleta. Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada.
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[editar]Biografia
Nascido em São Cristóvão, era filho de Dona Maria e do Sr. Manoel Nunes da Silva e na infância era torcedor do Fluminense.
Conhecido também como "Homem-Borracha", Leônidas da Silva começou sua carreira em 1923 no infantil do São Cristóvão. Em 1929 passou a jogar pelo Sirio Libanês F.C., e no mesmo ano disputou o Campeonato da Liga Brasileira pelo Sul América F.C. sagrando-se campeão. Ainda em 1929 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, onde estreou fazendo dois gols.
Em 1931 passou a atuar pelo Bonsucesso onde ficou até o final de 1932, tendo sido convocado diversas vezes para a Seleção Carioca, onde conquistou oCampeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1931. No Bonsucesso, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.
Em 1933 foi jogar no Peñarol, do Uruguai, onde ajudou o clube a conquistar o vice-campeonato. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.
A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, mas Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição.
Em 1935 mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o bicampeonato carioca, e em 1939, pelo Flamengo chegou ao tri-campeonato estadual, por 3 equipes diferentes. No Flamengo, foi um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo clube.
Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com oito gols, incluindo três marcados contra a Polônia. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial.
Em 1942 transferiu-se para a capital paulista e atuou no São Paulo. Foi cinco vezes Campeão Paulista, tornando-se um dos maiores ídolos da história do Tricolor, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou.
Durante a década de 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos e reconhecidos mundialmente.
[editar]Após a carreira de futebolista
Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo, logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muitos um comentarista direto, duro e polêmico. Chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido ao Mal de Alzheimer. Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até falecer, em 24 de janeiro de 2004, por causa de complicações relacionadas à doença. A sua esposa e fiel companheira, Albertina Santos, foi quem cuidou dele até seus últimos dias. Todos os dias ela visitava o marido e passava o tempo com ele, cuidando do ex-craque. O tratamento foi mantido pelo São Paulo, último clube que Leônidas defendeu como jogador. Foi enterrado no Cemitério da Paz, em São Paulo.
Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do "Diamante Negro" jamais será esquecido, mesmo o Brasil sendo considerado uma país que não dá atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida vai ser transformada em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil, até o aparecimento de Pelé, no final dos anos 50. Alguns consideram Leônidas melhor que Pelé, porém é algo que ficará incerto, visto que os jogos ainda não eram televisionados na época em que Leônidas atuava como jogador.
[editar]A "bicicleta"
Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a "bicicleta". Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, e que Leônidas apenas a teria aperfeiçoado.
A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre Bonsucesso e Carioca, com vitória do Bonsucesso por 5 a 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.
Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra o Palestra Itália, na derrota por 2 a 1. E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus, na goleada por 8 a 0. A jogada ficou imortalizada pela mais famosa foto do jogador.
Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores, e o gol foi anulado pelo juiz que desconhecia a técnica.[carece de fontes]
[editar]Diamante Negro
O apelido de "Diamante Negro" foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de "Homem-Borracha", dado pelo mesmo jornalista, foi devido a sua elasticidade.
Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante Negro", vendido até hoje. A empresa só pagou dois contos de réis à época (o equivalente a R$ 112 mil, aproximadamente), sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.
[editar]Curiosidades
- A derrota do Brasil na semifinal da Copa de 38, para a Itália, provocou controvérsias na época. Leônidas não atuou devido a uma lesão, porém, o técnico da seleção na época, Adhemar Pimenta, foi injustamente acusado de ter menosprezado a Itália, poupando Leônidas para a final. Na verdade, o matador não tinha condições de jogo, como ficou comprovado depois.
- Ainda em consequência dessa derrota, o reserva de Leônidas, o jogador Niginho, declarou em 1958, que Leônidas teria forjado sua contusão para não atuar, devido a um suposto pagamento do ditador italiano, o fascista Benito Mussolini. Leônidas acabou processando-o por calúnia, e venceu nos tribunais.
- Em 1942, em sua chegada a São Paulo, o atleta foi recebido por aproximadamente 10 mil pessoas na Estação da Luz.
[editar]Títulos
- Vasco da Gama
- Botafogo
- Flamengo
- Campeonato Carioca: 1939
- Taça João Vianna Seilir: 1936
- Torneio Aberto do Rio de Janeiro: 1936
- Taça da Paz: 1937
- São Paulo
- São Cristóvão
- Campeonato Carioca de Terceiros Quadros: 1929
- Seleção Brasileira
- Copa Rio Branco: (1932)
- Copa Roca: (1945)
[editar]Ver também
Referências
[editar]Ligações externas
- Site oficial
- Crônica
- Museu dos Esportes
- Maiores jogadores do século XX " América do Sul " IFFHS
- Terra Magazine "O Diamante Negro"
- Leônidas no Flamengo.net
- Site oficial do São Paulo FC. Homenageia o craque Leonidas da silva
Precedido por Vicente Feola Vicente Feola Ariston de Oliveira Jim Lopes | Técnico do São Paulo 1950 1951 1952 1954-1955 | Sucedido por Vicente Feola Ariston de Oliveira Vicente Feola Vicente Feola |
Leônidas (esquerda) e Arthur Friedenreich | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Leônidas da Silva | |
Data de nasc. | 6 de setembro de 1913 | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro (RJ), Brasil | |
Falecido em | 24 de janeiro de 2004 (90 anos) | |
Local da morte | Cotia (SP), Brasil | |
Apelido | Diamente Negro Homem-Borracha | |
Informações profissionais | ||
Posição | ex-Atacante | |
Clubes de juventude | ||
1923-1928 | São Cristóvão | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1929 1929 1929-1930 1931–1932 1933 1934 1935 1935–1936 1936–1941 1942–1950 | São Cristóvão Sírio Libanês Sul América Bonsucesso Peñarol Vasco da Gama SC Brasil Botafogo Flamengo São Paulo | 29 (31) 47 (50) 51 (55) 25 (28) 29 (27) 149 (153) 212 (141) |
Seleção nacional | ||
1931-1932 1934–1946 | Seleção Carioca Brasil |
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