A invenção do chuveiro
Tomar banho de banheira é muito bom e durante muitos séculos foi o único método utilizado para manter a higiene do corpo. Mas não é nada prático, principalmente pela manhã, quando se levanta apressado para ir trabalhar. Por isso, desde o início do século XVIII, os inventores começaram a procurar alternativas para substituir a demorada tarefa de encher banheiras. Dessa necessidade surgiram os chuveiros. Um dos primeiros modelos de que se tem notícia surgiu em 1810 na Inglaterra e ficava instalado a uma altura de 3,6 metros do chão.Feito de metal pintado para dar a impressão de ser uma tina de bambu, dispunha de um mecanismo que levava a água de um reservatório no solo para o chuveiro. Depois do banho, a água voltava para o reservatório e era reaproveitada várias vezes em um procedimento nada higiênico.
Já nos Estados Unidos, por volta de 1830, surgiu um modelo feito de madeira, onde a pessoa se sentava em uma banqueta e com uma alavanca manual bombeava a água que molhava a cabeça e os ombros. Outro pedal, controlado com os pés, movia um esfregão que limpava as costas. Como pode se perceber, com tal aparelho, enquanto tomava banho a pessoa também fazia um bocado de ginástica.
Mas foi só no final daquele século que surgiu o chuveiro mais similar ao que usamos hoje. Em 1889, a empresa J.L. Mott Iron Works apresentou aos consumidores um chuveiro que ficava dentro de uma cabine e de onde os jatos de água quente saiam não apenas do alto, mas também dos lados. A propaganda da empresa ressaltava que o produto era ideal não apenas para residências, mas também para os estabelecimentos de banhos turcos.
Hoje um objeto imprescindível em toda residência, onde equipa de forma indispensável os banheiros, o '''chuveiro''' na realidade é um equipamento bastante antigo;
Pinturas e vasos retratam sua existência no Antigo Egito e na Grécia Antiga, e seu uso nas casas de banho da Roma Antiga era comum.
No Japão, em forma de uma torneira, era equipamento indispensável para a limpeza que antecedia o banho nas banheiras de imersão, fazendo parte do ritual de higiene.
==Aquecimento da água==
Originalmente sem aquecimento, ou com aquecimento prévio feito em compartimento separado, através da queima de lenha, apenas no século XX foi que o aquecimento a gás passou a ser introduzido, nos Estados Unidos e na Europa.
===''Torpedo''===
Uma das formas de aquecimento prévio da água era o uso de uma caixa d'água para o líquido aquecido através de uma serpentina do encanamento - conhecida por ''Torpedo'' - colocada no interior de um fogão a lenha.
===Chuveiro elétrico===
Desenvolvido no Brasil, na década de 1940, o chuveiro elétrico procurou substituir neste país a fonte principal de calor – uma vez que redes de gás eram praticamente inexistentes nas grandes cidades – ao contrário da energia elétrica.
Com a rápida urbanização assistida no Brasil desde então, esta solução foi sendo a principal adotada, embora convivesse com outras formas de aquecimento da água.
De concepção bastante simples, o chuveiro elétrico era constituído de uma resistência feita de fio de metais com alto ponto de fusão, como o níquel, o cromo ou uma liga dos dois metais, que ao aquecer, esquenta imediatamente a água, um sistema dotado de uma alavanca que abria-fechava a água e ligava-desligava a eletricidade, além do espalhador de água, sempre parecido com os tradicionais chuveiros.
Os primeiros chuveiros elétricos eram perigosos, pois havia negligência por parte de fabricantes e instaladores quanto à isolação eficaz de condutores elétricos, elementos energizados e a carcaça metálica do aparelho, ocasionando choques elétricos. O fenômeno eletrolítico gerado na água pela resistência elétrica e a carcaça de chuveiros metálicos também produzia pequenos choques e formigamentos ao tocar no registro de água. Esses chuveiros funcionavam movendo uma alavanca para abrir a água, estando a água corrente, o próximo estágio do curso da alavanca fechava o circuito elétrico, passando a esquentar a água.
Em meados dos anos 40, uma empresa situada em Jaú – São Paulo, desenvolveu um chuveiro que se ligava automaticamente ao abrir o registro de água. Este sistema dotava o chuveiro elétrico de um diafragma de borracha, onde contatos e uma resistência eram fixados. Ao circular a água pelo aparelho, a pressão inflava o diafragma, aproximando os contatos da resistência aos contatos energizados situados em um cabeçote no aparelho, fechando o circuito elétrico. Este chuveiro também possuía duas resistências, sendo uma de baixa potência e outra de alta potência de aquecimento, de onde a combinação de funcionamento delas proporcionava várias temperaturas da água do banho. Este sistema é a base de praticamente todos os chuveiros elétricos desenvolvidos posteriormente até hoje.
Outra empresa situada na cidade de São Paulo desenvolveu em meados dos anos 50 um sistema dotado com um pistão que movia-se com a passagem da água pelo aparelho, fechando ou abrindo o circuito elétrico do aparelho.
Graças à extensa propaganda feita por fabricantes e os altos custos com canalizações de gás, o chuveiro elétrico passou a ser um eletrodoméstico muito popular no Brasil e é utilizado pela esmagadora maioria da população. De seu projeto, derivaram outros aparelhos semelhantes, como aquecedores para pias e lavatórios e a “torneira elétrica”, que basicamente consiste em um chuveiro elétrico dotado de um bico de saída d’água e registro de passagem.
Com o advento do plástico, no final da década de 60 surgiram os primeiros chuveiros elétricos feitos em plásticos, como polietileno, nylon e baquelita, eram aparelhos de menor custo frente aos metálicos, normalmente feitos de latão ou bronze com acabamento cromado. Além das cores e maior liberdade de criação no design, o plástico também proporcionou melhor isolamento elétrico em relação aos chuveiros metálicos, uma vez que raramente eram aterrados como recomendavam os fabricantes.
A adoção de resistências blindadas, novas normas de aterramento e instalação elétrica no final dos anos 80 também contribuíram para que os chuveiros elétricos tornassem aparelhos mais seguros. Hoje é tão seguro utilizar um chuveiro quanto um secador de cabelos ou um liquidificador, desde que tomados os devidos cuidados que um aparelho elétrico qualquer exige.
A desvantagem dos chuveiros elétricos está no consumo de energia. Como é necessária muita caloria para aquecer a água, a resistência elétrica consome muita energia para incandescer e aquecer a água que passa pelo aparelho a uma temperatura agradável. Para se ter uma idéia, eletrodomésticos considerados de grande consumo, como aquecedores de ambiente, ferros de passar roupas, fornos elétricos ou secadores de cabelo, em suas potências máximas consomem em média 1500 watts em 120 – 127 volts; e até 2500 watts em 220 volts. Um chuveiro elétrico, em sua potência mínima, consome entre 2500 e 3200 watts, chegando a consumir 5500 watts em 127 volts e até 8800 watts em 220v! O fator de equilíbrio está no seu tempo de utilização, alguns minutos frente a horas de uso de um ar condicionado ou geladeira. Um problema está no tempo médio de banho diário de um brasileiro, apesar de os fabricantes e órgãos ambientais recomendarem 8 minutos, normalmente ele se estende até os 20 ou 30 minutos, contando o fato que é muito comum se tomar mais de um banho diário em algumas regiões do país.
A vantagem dos chuveiros elétricos é que o consumo de água é menor que nas duchas de aquecimento a gás, pois exigem volume ligeiramente menor de água para funcionarem frente às duchas, onde a tendência do usuário é a de aumentar o volume de água no banho. Em relação aos aquecedores centrais, os chuveiros elétricos também levam vantagem quanto à rapidez com que a água esquenta, enquanto muita água é desperdiçada até a água quente chegue na ducha e que se obtenha a temperatura desejada, ela esquenta em segundos após abrir o registro d’água nos chuveiros elétricos, economizando muito no saldo mensal de consumo de água. Aliado ao fato de que no Brasil o principal sistema de obtenção de energia é por hidroelétricas, uma fonte limpa em relação à queima de oxigênio com o gás.
A maior parte do território brasileiro possui clima quente em todo o ano, contribuindo para o baixo consumo de energia elétrica com chuveiros. Nos estados situados mais ao sul do país é que são encontrados chuveiros de maior potência devido às baixas temperaturas da região.
Atualmente, são encontradas no Brasil diversas marcas e modelos de chuveiros elétricos, desde os grandes até os mais populares, chamados de “super duchas”. Alguns países da América Latina importam chuveiros elétricos e já possuem fabricantes locais, como Colômbia e México. Empresas brasileiras também apresentaram em feiras de eletrodomésticos chinesas o aparelho como alternativa barata de obtenção de água quente, o qual foi recebido com interesse e parcerias com empresas locais foram firmadas. De “vilão do consumo de energia”, o chuveiro elétrico pode ser uma boa alternativa para a economia de água e o uso de gás no futuro.
Novidades
Quem não gosta de andar à chuva? Pois bem, tomar um bom duche deve ser como andar à chuva... Pelo menos esta parece ser a última tendência em matéria de design de chuveiros e afins. As mais conceituadas marcas mundiais deram início a uma luta sem tréguas pelo mercado e nem as campanhas para poupar água parecem demovê-las. E eis que as propostas surgem, surpreendentes.
A Dornbracht adiantou-se e propôs um sistema fabuloso a que chamou apropriadamente RainSky, que pretende literalmente trazer as nuvens para dentro do nosso banho! O sistema é composto por um painel perfurado com 82 cm de comprimento (!) e pode recriar vários tipos de chuva, do grande aguaceiro ao chuvisco. Basta possuir um banho grande e uma conta bancária capaz de desembolsar mais de $2000 USD...
E os italianos não podiam ficar atrás... Apesar de não perseguir exactamente o mesmo conceito a Ritmonio concebeu uma linha de chuveiros com painel em vidro absolutamente deslumbrante!
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