Dono de tremenda carreira militar, tornou-se herói de infantaria na Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra comandou a “Divisão Fantasma” na França, foi “A Raposa do Deserto” no comando do mítico Afrika Korps e também chamado de “O Libertador” por africanos e árabes. Foi o soldado mais babado do III Reich. Tamanho era o respeito de que gozava que até mesmo depois de ser identificado como um dos conspiradores no atentado contra Hitler teve direito a um funeral de herói ao som do rugido da artilharia. Seu nome é Erwin Rommel, ou, se preferir, chame-o de “A Raposa do Deserto”.
O Marechal-de-Campo alemão Erwin Rommel é o que vulgarmente se chama de “pica das galáxias”. O cara parece ter sido bom em tudo que fez:
Em 26 de setembro de 1917, durante os embalos da Primeira Guerra Mundial (1914-18), o então tenente Rommel comandou um ataque com facas peixeiras (baionetas) contra os italianos (Batalha de Caporetto). Com apenas 200 cabras-machos, dominou posição chave fazendo 9 mil prisioneiros italianos e 81 peças de artilharia pesada. Foi promovido a capitão e condecorado com a elegante Pour le Merite – a condecoração mais fueda doImpério Alemão (1871-1918).
Na Segunda Guerra Mundial (1939-45), na invasão da França (1940), ao aplicar sua revolucionária ideia Stosstruppen (“tropa de choque”), avançou avassaladoramente com velocidade nunca dantes vista e deixando o próprio generalato alemão mais perdido que filho de puta no dia dos pais. Com mais ou menos 42 Panzers (tanques) e 2.500 soldados, Rommel capturou 100 mil[!] prisioneiros e destruiu 450 blindados inimigos, além de uma porraaada de milhares de outros veículos e peças de artilharia dos Aliados. Sua divisão recebeu o apelido de “Divisão Fantasma”.
Sobre o simpático apelido – “A Raposa do Deserto” –, este surgiu logo na sua chegada à África (1941), na Segunda Guerra. Rommel fora enviado à África para comandar o recém-criado Afrika Korps (1941-43) e para socorrer os italianos (aliados dos alemães), que estavam apanhando feito rapariga safada dos britânicos [“só na cara, cadela!”]. Mal o danado desembarcou e a lapada cantou afinada — foi para cima dos britânicos retomando territórios perdidos pelos italianos. Nesta ocasião, mais uma vez, revolucionou as operações com tanques nos gigantescos espaços abertos do deserto. Por sua destreza incomum, recebeu o apelido “A Raposa do Deserto” dos britânicos.
Rommel teria começado a duvidar da capacidade do Führer em gerenciar a guerra no início de 1943 (ele e quase todo o generalato alemão). Ficou uma arara querendo quebrar a gaiola ao não mais receber suprimentos para o Afrika Korps e mais arretado ainda por receber a constante ordem de Hitler de lutar até o último homem e as porras.
De saco cheio das viadagens de Hitler [Hitler NÃO era gay. Vá por mim], Rommel, embora não desejasse a morte do Führer, empregou sua influência no atentado de 20 de julho de 1944 (aquele lá do filme “Operação Valquíria”), mas acabou se lascando quando os incompetentes falharam em explodir Hitler. Dai, disse o poeta: “Tomamos no c*!”.
A Gestapo e as SS saíram viradas na porra e realizaram uma devassa danada metendo bala sem muita conversa nos conspiradores. Rommel, por talvez ser o maior herói nacional da Alemanha entre outras coisas, teria recebido duas opções: a primeira, dizia que ele seria julgado, mas que a morte seria certa e que sua família poderia ir parar na merda com as sanções do governo alemão; a segunda seria apenas tomar veneno e morrer quietinho no seu canto. Receberia um funeral com as devidas honrarias militares de um grande soldado. O Marechal escolheu a segunda opção e se matou em 14 de outubro de 1944 — a Alemanha chorou.
Por fim, embora considerável porção de seus críticos aponte que parte de sua fama provenha da propaganda nazista, confere-se regularmente ao Herr Rommel o título de um dos mais brilhantes comandantes militares da História.
Enterrado com pompa, foi um dos últimos grandes generais. Grande não só pela capacidade militar, mas também pelas atitudes. Rommel nunca foi acusado de crimes de guerra, tortura ou maus-tratos. Cortava a água de suas tropas no deserto, mas não deixava seus prisioneiros morrerem de sede.” (MOURA, s/p, 2013)
Sobre os ressentimentos para com Hitler, o Marechal teria dito:
Se retirássemos uma divisão, Hitler ordenava-nos que a colocássemos no mesmo lugar. Quando ordenávamos resistência até o último cartucho, Hitler mudava para a resistência até a última gota de sangue. Era esse o auxílio que recebíamos“. (ROMMEL, apud: HENRIQUE, s/p, 2013)
Winston Churchill (2013, s/p), Primeiro-Ministro Britânico e ferrenho inimigo de Hitler, era um dos babões de Rommel e afirmou:
Temos pela frente um adversário arrojado, hábil, e, permitam-me o termo: um grande general”.
Capitão britânico Liddel Hart, (apud: PETACCO, p. 117, 1974), um dos maiores teóricos da guerra moderna e contemporâneo de Rommel, disse:
Rommel tinha o dom maravilhoso de chegar nos pontos vitais da luta e de imprimir um impulso decisivo à ação no momento crucial”.
FONTES:
ANDRADE, Carolina (coord.); CARTA, Luís (coord.); PETACCO, Arrigo. Os Generais de Hitler. São Paulo: Três, 1974.
CAWTHORNE, Nigel. As Maiores Batalhas da História: Estratégias e Táticas de Guerra que Definiram a História de Países e Povos. trad. Glauco Dama. São Paulo: M. Books, 2010.
CHURCHILL, Winston. Líderes: Marechal de Campo Erwin Rommel. Disponível em: << http://www.tropasdeelite.xpg.com.br/lideres-rommel.html >>. Acesso em: 29 jun. 2013.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
HENRIQUE, Paulo. Erwin Rommel: A Raposa do Deserto. Disponível em: << http://my.opera.com/pheTiger/blog/2011/06/26/post-109/ >>. Acesso em: 29 jun. 2013.
MASSON, Philippe. A Segunda Guerra Mundial: História e Estratégias. trad. Angela M. S. Corrêa. São Paulo: Contexto, 2011.
MOURA, Danila. Erwin Rommel: A Raposa do Deserto. Disponível em: << http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/erwin-rommel-raposa-deserto-435003.shtml >>. Acesso em: 29 jun. 2013.
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